
“Quando o homem atinge a etapa de busca ativa do autoconhecimento, de olhar para si mesmo como realmente é, ele pode, no começo, ainda estar acostumado à velha prece de implorar ajuda, de pedir que Deus faça por ele o que costumava evitar fazer.
No entanto, apesar desse hábito de prece, ele começa a olhar para si mesmo.
Somente depois de atingir níveis mais profundos desse processo de encarar a si mesmo é que ele gradualmente evita o tipo de prece a que estava acostumado.
Ele pode até passar por uma fase em que absolutamente não ora, no sentido comum. Mas ele medita – e essa é muitas vezes a melhor prece!
Ele medita olhando para suas reais motivações, permitindo que seus sentimentos reais aflorem, questionando qual é a razão de ser desses sentimentos.
Nesse tipo de atividade, a prece no velho sentido se torna cada vez mais sem sentido, mais contraditória.
Sua prece é o ato de autoconhecimento e de olhar para si mesmo com verdade.
Sua prece é sua intenção sincera de enfrentar o que pode ser mais desagradável.
É prece porque contém a atitude de que a verdade em nome da verdade é o limiar para amar.
Sem verdade e sem amor não pode haver experiência de Deus.
O amor não pode surgir da tentativa de fingir que uma verdade não é sentida.
Mas o amor pode nascer do enfrentamento da verdade, por maior que seja a imperfeição.
Essa atitude é prece.
A integridade consigo mesmo é prece; a atenção para a própria resistência é prece; assumir algo que a pessoa escondeu por vergonha é prece.
Quando isso continua, o estado de ser gradualmente passa a existir, pouco a pouco, sem interrupções.
Então, nesse estado de ser, a prece deixa de ser um ato de palavras ou pensamentos pronunciados.
É um sentimento de ser no eterno agora; de fluir numa corrente de amor com todos os seres; de entendimento e percepção; de estar vivo”.
Palestra Pathwork – 105